Você pode controlar a TPM – e não o contrário!

Quem nunca fugiu de uma mulher na TPM? Pois é, muito mais comum do que a gente imagina, a TPM (tensão pré-menstrual) é uma moléstia que repercute significativamente na vida das mulheres (e de todos que a rodeiam!) e é tão importante que foi escolhida para ser discutida no nosso blog de hoje!

Dr. Antônio de Morais, ginecologista, obstetra e especialista em Oncologia Ginecológica, e Dra. Beatriz Patz de Morais, especialista em Medicina Fetal e Obstetrícia de Alto Risco

A cada menstruação, a mulher inicia um novo ciclo menstrual, o qual costuma durar em torno de um mês. Dessa forma, os hormônios femininos oscilam durante todo esse mês, o que é normal é esperado!

O grande problema nisso é que, junto com os efeitos fisiológicos desse turbilhão de hormônios, essa oscilação mensal ocasiona as tais moléstias perimenstruais (MPM), definidas como um conjunto de afecções atreladas ao ciclo hormonal feminino e que têm implicações negativas sobre a qualidade de vida e o desempenho ocupacional.

Entre as principais moléstias perimenstruais, destacam-se duas principais: a TPM (nosso assunto de hoje) e a dismenorreia, mais popularmente conhecida como a tal “cólica menstrual” (que será assunto em nosso blog em breve!). A TPM é caracterizada por sintomas físicos e psíquicos que se iniciam cerca de 10 a 7 dias antes da menstruação e, geralmente, encerram durante o período menstrual. Esses sintomas podem ser leves e não interferir na rotina da mulher, mas também podem ser moderados e até graves, influenciando as atividades laborais, relacionamentos interpessoais e sociais.

Mas por que as MPMs ocorrem todo mês e bem na época pré-menstrual? A natureza criou a mulher para engravidar e os hormônios naturalmente seguem essa ordem. (Oi? Não entendi nada! E o que isso tem a ver com a TPM?) Acontece, que os hormônios mantêm-se elevados após a ovulação, no caso de uma gestação, e, por isso, a falta da menstruação quando engravidamos. Mas, na maioria dos meses, quando NÃO engravidamos, esses hormônios vão ter uma queda gradativa após a ovulação (que ocorre em torno do 14o dia do ciclo) e quando estiverem excessivamente baixos, você vai menstruar e um novo ciclo vai começar!

Mas o que isso tem a ver com a TPM? Então… A TPM acontece justamente quando esses hormônios estão excessivamente baixos, ou seja, quando vai dar início a um novo ciclo. Os nossos hormônios elevados deixam nosso humor estável e nossa disposição para realizar nossas atividades. E esse é um dos motivos pelos quais os anticoncepcionais constituem uma das formas de tratamento da TPM, pois eles mantêm os hormônios femininos estáveis!

Cada mulher é um universo

E quais são os principais sintomas da TPM? Os sintomas vão variar a cada mulher, mas os mais comumente encontrados são: irritabilidade, nervosismo, cansaço, dor de cabeça, dor nas mamas, mudanças repentinas de humor e inchaço nas pernas, entre outros.

E existe algum exame que diagnostique a TPM? Não! O diagnóstico de TPM é clínico! Ou seja, baseia-se no relato da mulher ao médico. Existem alguns questionários específicos que aumentam a acurácia do diagnóstico.

E o tratamento é apenas com anticoncepcional ou existe outra forma? O tratamento inclui medidas não farmacológicas e medidas medicamentosas. Mudanças na alimentação, como aumento da ingestão de chocolate (sim, até a vontade de comer chocolate durante a TPM tem explicação! Pergunte ao seu médico!), podem aliviar os sintomas. Além da alimentação, a prática de atividade física também pode influenciar!

Como tratamento farmacológico, alguns antidepressivos são fármacos de primeira linha no tratamento da TPM grave e podem chegar a uma taxa de 70% de sucesso no tratamento! Já no controle dos sintomas físicos, como dor nas mamas e inchaço, alguns diuréticos podem ser indicados. Existem também tratamentos alternativos não hormonais com ervas naturais manipuladas.

Para terminar o papo, queríamos dizer que a TPM muitas vezes não é valorizada, mas pode, sim, influenciar demais na qualidade de vida da mulher! Não deixe que ela destrua seus relacionamentos interpessoais e seu dia-a-dia! Lembre que existe uma gama de tratamentos e vale a pena consultar o ginecologista para ver qual é o melhor no SEU caso!