Fitoterapia: o tratamento com plantas medicinais

Fitoterapia

A utilização de vegetais com fins medicinais para tratamento, cura e/ou prevenção de doenças é uma das mais antigas formas de prática medicinal. Os primeiros registros deste tipo de tratamento datam na China do período de 3000 a.C., quando o imperador chinês catalogou mais de 300 ervas medicinais e toxinas que eram utilizadas na época, criando assim um dos primeiros herbários de que se tem notícia.

No Brasil, os indígenas utilizam diversas plantas medicinais nos cuidados com a saúde, e muito se influenciou no acesso às culturas africana e portuguesa. Ainda hoje, o uso de plantas medicinais, muitas vezes, é o único recurso terapêutico de inúmeras comunidades e grupos étnicos. 

É comum na cultura do brasileiro consumir plantas com finalidade terapêutica da própria horta de casa, mesmo sem saber cientificamente todos os benefícios e malefícios que a planta pode oferecer.

Reconhecendo a importância dessa abordagem, uma vez que o Brasil é riquíssimo em biodiversidade, o nosso Ministério da Saúde, em 2006, aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, e em 2009 lançou o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Passou-se então a reconhecer a utilização da fitoterapia no cotidiano da população brasileira, em especial a população do campo, da floresta e das águas; o esforço das instituições de pesquisa do país em validar cientificamente essa utilização; e a necessidade de que os profissionais da área de saúde conheçam e utilizem esta prática, até porque plantas medicinais in natura são consideradas de baixo custo e muitas vezes de fácil acesso à população.

Mas o que significa Fitoterapia?

O termo deriva do grego “phyton” que significa “vegetal”, e de “therapeia”, “tratamento”, e consiste no uso interno ou externo de vegetais para o tratamento de doenças, sejam eles nas mais diversas formas de apresentação. 

A fitoterapia é o método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas medicinais em suas diferentes preparações, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal, sob orientação de um profissional habilitado.

Podem-se utilizar plantas medicinais in natura, de drogas vegetais, além de fitoterápicos (termo comumente usado para medicação preparada industrialmente ou em farmácia de manipulação a partir das plantas medicinais).

 Nutricionista e a Fitoterapia

Para prescrever fitoterápicos, o nutricionista deve ter a titulação de especialista em fitoterapia, reconhecimento realizado pela ASBRAN – Associação Brasileira de Nutrição ou Sistema CRN/CFN- Conselhos Regionais e Federal de Nutricionistas. Com o registro da titulação, o nutricionista pode complementar a sua prescrição dietética com a adoção do embasamento científico da fitoterapia quando houver indicações terapêuticas relacionadas com suas atribuições legais.

A incorporação da fitoterapia na prática do nutricionista, ainda que recomendada por organismos internacionais e regulamentada pelo Ministério da Saúde, significou um novo momento na qualificação do profissional, uma vez que passou a exigir conhecimento científico para reconhecer efeitos adversos e interação com outras plantas, medicamentos e alimentos.

Existem plantas medicinais com funções comprovadas para indução do sono, calmante e ansiolítico, cicatrizantes, expectorante, hipotensoras, hipoglicemiantes, antimicrobianos e antivirais, entre outros. Como exemplos de plantas, temos: 

Carqueja (Baccharis trimera). Indicações: Má digestão. Evitar o uso com medicamentos para hipertensão e diabetes. Advertências: O uso pode causar queda de pressão.

  • Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia). Indicações: má digestão, pirose e gastrite, prevenção de úlcera por uso de anti-inflamatórios não esteroidais. Advertências: o uso pode provocar secura, gosto estranho na boca e náuseas; 
  • Melissa, erva-cidreira (Melissa officinalis L.). Indicações: cólicas abdominais. Quadro leve de ansiedade e insônia. Não deve ser utilizado por pessoas com hipotireoidismo. Advertências: utilizar cuidadosamente em pessoas com pressão baixa. 
  • Cavalinha (Equisetum arvense L.). Indicações: edemas por retenção de líquidos. Advertências: não deve ser utilizado por pessoas com insuficiência renal e cardíaca. 
  • Maracujá (Passiflora incarnata). Indicações: quadro leve de ansiedade e de insônia. Seu uso pode causar sonolência. Não deve ser usado junto com medicamentos sedativos e depressores do sistema nervoso. Advertências: não utilizar cronicamente. 

Mas, atenção:

  • Não faça uso de plantas medicinais ou alimento com finalidade terapêutica sem o consentimento do profissional que te acompanha;
  • Em caso de reação, suspenda o consumo e informe imediatamente o profissional de saúde que te acompanha;
  • Observe as instruções de armazenamento do produto e o prazo de validade, as plantas medicinais também vencem. 
  • As ervas medicinais devem ser utilizadas com orientação de um profissional habilitado. Existem várias contraindicações como, por exemplo, para gestantes, lactantes e crianças. 

Na Clínica Plenitude, atendo como nutricionista especialista em fitoterapia, sempre com apoio científico quanto à eficácia e segurança referente às contraindicações e possíveis efeitos na combinação com outros medicamentos convencionais (alopáticos).

No momento da consulta com o paciente, ao realizar a anamnese clínica de praxe, costumo avaliar as restrições quanto ao uso de plantas medicinais ou medicamentos fitoterápicos. Se conforme o relato é observado sintomas pontuais em que a literatura da fitoterapia pode auxiliar, esta opção é considerada como coadjuvante ao tratamento dietético. 

Envie uma mensagem para nós se tiver dúvidas, ou agende diretamente seu horário. Será um prazer oferecer esse tratamento como alternativa para o cuidado de muitas doenças ou mesmo, condições de saúde.

Gabrieli-Comachio
Gabrieli Comachio, Nutricionista e Especialista em Fitoterapia
CRN1/5972
CRN1/0006