Amamentação psicológica e fisiológica

A grande maioria das mulheres acredita que o maior ou único problema da amamentação está relacionado à questão fisiológica; porém, muitas vezes, o próprio psicológico interfere nesse período. Como tudo na vida, o psicológico pode se inserir em nossa vida positivamente ou negativamente – você já parou para pensar nisso? 

Anatomia da mama e a produção de leite amamentacao-psicologica-e-fisiologica-1

Antes de tudo, vou esclarecer sobre as mamas, que são dois órgãos localizados na porção anterior e superior ao tórax. Nelas, encontram-se as glândulas responsáveis pela produção de leite e cada uma é revestida por uma pele lisa; já na região central é possível observar a aréola e o mamilo – também conhecida como papila. 

A aréola tem aspecto circular e coloração diferente do restante da mama, que pode variar durante alguns momentos da vida da mulher – sendo mais escura na gravidez, por exemplo. No centro da aréola, é possível observar uma protuberância que recebe o nome de mamilo, e é nele que desembocam os ductos lactíferos. 

Além do tecido glandular, a mama é composta por gordura, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e linfáticos, e fibras nervosas. O tecido glandular é formado por 15 a 20 lobos, constituído por lóbulos, que por sua vez é um conjunto de alvéolos. O leite é produzido nos alvéolos e é captado em cada lobo pelos ductos lactíferos, que se desembocam no mamilo. 

As mamas têm tamanhos variáveis e estão relacionadas também à fase de vida da mulher. Durante a gestação, elas podem aumentar de tamanho e, após o parto, atingir até o dobro do tamanho antes da gravidez. É importante lembrar que, na mesma mulher, as mamas podem ter tamanhos desiguais. 

Redução da produção

Agora que você entendeu um pouquinho sobre a anatomia da mama e produção de leite, vamos falar da parte psicológica! A redução do líquido tão importante está interligada ao emocional da mulher e, dependendo do caso, a mãe acaba diminuindo a oferta da mama para o bebê. 

E é aí que essa mulher, ao procurar ajuda de algum profissional que não tenha conhecimento do processo e/ou que não seja apoiador da amamentação, é aconselhada a usar uma determinada fórmula – automaticamente, a produção vai reduzir ainda mais, pois a demanda não será a mesma e o organismo vai produzir menos leite. Ou seja, é uma cascata de situações a que o organismo vai reagindo, até mesmo como autoproteção para a mulher. 

Confira alguns fatores que afetam a produção do leite: 

  • Estresse;
  • Desidratação;
  • Falta de descanso;
  • Má alimentação;
  • Remoção ou ordenha esporádica;
  • Falta do esvaziamento total das mamas em cada mamada;
  • Alterações anatômicas. 

É importantíssimo que a mãe esteja ciente da existência de todos esses fatores para evitar a comparação com outras mulheres e, principalmente, para entender que cada caso é único! 

Amamentar é possível, sim!

Entenda: amamentar não é uma tarefa fácil. Claro, a mulher conta com a fisiologia que ajuda muito, mas é importante estar com o psicológico bem preparado. Do contrário, as dificuldades começarão a aparecer e a mente vai buscar motivo onde não tem, fazendo com que a mãe se ache incapaz e trave uma luta consigo mesma, em que o principal assunto é: “eu não consigo amamentar!”. 

Posso te dizer uma coisa? Você consegue amamentar, sim! O que você precisa é: trabalhar o seu psicológico ao seu favor, entender como funciona a produção de leite e adquirir os macetes para posicionar o bebê de maneira correta. Feito isso, você estará apta para amamentar. 

Existem vários fatores que podem prejudicar o processo da amamentação, e aqui ressalto apenas o psicológico da mulher. Não estou considerando problemas na cavidade oral do bebê ou uma dificuldade particular da criança. 

Independente do fator que dificulte a amamentação, você pode amamentar seu pequeno! Especialistas são essenciais e fazem a diferença nessa descoberta e processo. Marque uma avaliação comigo, sou enfermeira obstetra e consultora de aleitamento materno.

Kelli-Gil-Zamignan
Kelli Gil Zamignan,
Enfermeira Obstetra
COREN/MT – 360550 / RTE – 035926