Amamentar também é um ato cultural

Engana-se quem pensa que amamentar é só uma questão fisiológica ou, no máximo, psicológica – ela também está relacionada com a cultura da mulher, que pode interferir diretamente na continuidade da amamentação ou na interrupção precoce.

Sim, o ato de amamentar é uma herança cultural, influenciado pela família e pelo meio social em que a mulher vive, como costumes e crenças. Pensa comigo: se por parte da família não há apoio ou se tem opiniões ou históricos negativos em relação ao aleitamento materno, a incidência do desmame é extremamente maior. 

Você tem todo o direito de escolher se vai ou não amamentar, mas é muito importante saber os prós e contras.  De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha o aleitamento materno exclusivo no peito até os seis meses de idade e, após a introdução alimentar, até os dois anos ou mais. 

Se você optar por amamentar seu(s) filho(s), mas não tem um histórico familiar legal de amamentação ou não tem apoio daqueles que estão ao seu redor, não desanime, faça diferente! Informe-se sobre o assunto e não hesite em procurar ajuda de uma profissional especializada em aleitamento materno – você vai conseguir, acredite, é possível mudar essa história!

Dificuldades em amamentar

Também engana-se quem pensa que o processo de amamentação é perfeito – há algumas dificuldades, só não desista, ok? A maioria delas ocorre devido ao esvaziamento inadequado das mamas –  por conta do manejo incorreto da lactação, de querer fixar horários para a mamada, uso de utensílios como bico de silicone (sem real necessidade e/ou prazo prolongado de uso), achar que o leite é fraco ou pouco no início da lactação.

Além disso, receber orientação equivocada dos profissionais de saúde nos primeiros atendimentos pós-parto,  introduzir outros líquidos ou complementos de forma precoce e em mamadeiras, distanciamento da mãe por muitas horas, uso constante de chupeta, entre outras justificativas que ‘expliquem’ o desmame precoce.  

“Mas Gabi, quando devo aprender tudo isso?” No pré-natal! Este é o período mais indicado para falar e orientar as mães sobre a prática do aleitamento materno. Durante essa etapa, a gestante pode aprender as vantagens que o aleitamento materno oferece para ela e o bebê – por isso, é tão importante levar o seu pré-natal a sério!

Quanto a conciliar trabalho e amamentação, saiba que a licença maternidade é um direito da gestante, assegurado por lei, que garante o afastamento da mesma por um período de 120 dias (aproximadamente quatro meses) – sem prejuízos salariais ou risco de demissão. Além desses quatro meses, a lei também garante que, ao voltar ao trabalho, a mulher faça duas pausas de 30 minutos, cada uma, por dia para amamentar o seu bebê até ele completar seis meses.  

Por isso, se existe a possibilidade de contornar os desafios da amamentação e garantir que o seu filho seja alimentado com o melhor que a natureza proporciona, dedique-se ao máximo! Desmama-lo precocemente é algo complexo e que abrange os aspectos fisiológicos, nutritivos e até pode comprometer o desenvolvimento da criança. O leite materno é o melhor alimento para um bebê – independente  de sua idade. 

Você, tentante, gestante ou mãe, deixaria de oferecer para o seu pequeno o melhor alimento possível para ele? Acredito que não! A indústria pode até oferecer alternativas, mas nada se compara ao leite materno. 

Eu sou a Gabrieli Comachio, nutricionista e especialista em fitoterapia, mãe dos gêmeos Augusto e Celina e sigo firme e forte amamentando eles em livre demanda – quando e onde eles quiserem. Não vou falar que foi fácil (nunca é), ainda mais com dois, mas me sinto muito realizada por viver na prática a amamentação gemelar. 

Quer conversar comigo sobre a minha experiência na amamentação? Eu posso te ajudar!

Gabrieli-Comachio
Gabrieli Comachio, Nutricionista e Especialista em Fitoterapia
CRN1/5972
CRN1/0006