Desenvolvimento infantil: cada criança tem seu tempo?

Quando a criança não apresenta comportamentos ou aprendizagens esperadas para sua faixa etária, ouvimos pessoas dizerem que cada criança tem seu tempo, e que cada desenvolvimento infantil é único. Mas será que é isso mesmo?

Primeiro, precisamos entender que o desenvolvimento infantil envolve algumas partes: motora, emocional, cognitiva e social. Em cada fase da infância, espera-se que a criança apresente um determinado nível de acordo com sua idade cronológica. Entretanto, considerar que todas essas esferas do desenvolvimento podem aguardar até as mudanças ocorrerem espontaneamente pode ser um risco.

Atente-se às fases do desenvolvimento infantil

Desenvolvimento Infantil

Há marcos no desenvolvimento infantil definidos pela ciência, e alguns atrasos ou antecipações merecem cuidadosa investigação. Indico a consulta do manual “Aprenda os sinais, aja cedo”, da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil. 

Por exemplo: falar, andar e sentar são ‘coisas’ que têm um determinado período de tempo para acontecerem – o atraso em um desses três pode ser sinal de transtornos ou falhas ambientais. 

Esperar que a criança comece a falar no tempo dela (que excede o ‘normal’) pode atrasar o diagnóstico de uma condição que precisa de encaminhamento terapêutico precoce para que se alcance os melhores resultados – esse é o caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Por outro lado, algumas características de comportamento permitem um intervalo mais amplo, dentro do qual o comportamento é considerado adequado à idade, de acordo com o desenvolvimento infantil. Por exemplo: crianças mais reservadas podem ter um temperamento mais inibido, sem ser necessariamente um distúrbio ou transtorno. Esse comportamento pode merecer intervenção, sim, já que há prejuízos sociais que podem surgir em decorrência de uma restrição de convívio social desencadeada pela inibição.

Não espere a criança apresentar dificuldades para pedir ajuda profissional

Na dúvida, busque a avaliação de um profissional especialista em infância para sondagem e orientações. O pediatra costuma ser o profissional da saúde que mais tem contato com a criança, e a periodicidade das consultas deve ser mantida principalmente nos dois primeiros anos de vida. Porém, outros profissionais da saúde também devem ser consultados em caso de dúvidas sobre o desenvolvimento infantil: psicólogos, fonoaudiólogos e nutricionistas.

As crianças têm uma plasticidade neurológica, e as chamadas ‘janelas do desenvolvimento’ devem ser aproveitadas para o sucesso das intervenções. Nos primeiros anos de vida, o cérebro da criança ainda está em formação – responde às intervenções que são, estão ou serão feitas.

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Não espere, você pode perder o tempo ideal para um tratamento necessário e mais eficaz! 

Letícia Passos de Melo
Letícia Passos de Melo
Psicóloga
CRP 08 07703