Distocia de ombro: entenda o que é a condição imprevisível

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a distocia de ombro ocorre pela impactação óssea do diâmetro biacromial fetal entre o púbis e o promontório sacral maternos, dificultando a saída do bebê. 

A distocia de ombro é séria – tanto que é considerada pela própria Febrasgo uma emergência! O grande problema da patologia é que ela é imprevisível – ou seja, só dá para saber na hora do parto. 

Se rapidamente diagnosticada e feitos os manejos adequados para lidar com a situação, há grandes chances de ocorrer desfechos maternos e perinatais satisfatórios. distocia-de-ombro-entenda-o-que-e-a-condicao-imprevisivel

O mito por trás da distocia de ombro

Muitos pacientes, e até mesmo equipes obstétricas, acreditam que a distocia de ombro só ocorre quando a mãe tem diabetes gestacional. Dependendo do grau de diabetes da mãe, a patologia pode alterar o diâmetro biacromial do feto (ombro) – que pode levar à distocia de ombro no parto, mas isso NÃO é uma regra! 

Ainda, segundo a Febrasgo, “apesar de imprevisível, e acontecendo em torno de 50% das vezes em bebês com peso adequado para a idade gestacional, são fatores de risco para distocia de ombro: corrência a macrossomia fetal, diabetes gestacional materno descontrolado, primeiro ou segundo períodos do trabalho de parto prolongados, gestação prolongada, multiparidade, parto instrumentalizado, trabalho de parto precipitado, induzido ou prolongado, distocia de ombro em parto anterior.”

Vale ressaltar que a distocia de ombro pode acontecer devido aos fatores de risco citados ou sem nenhum deles – ela pode ocorrer no parto de qualquer pessoa -, e pode ser influenciada pelo posicionamento do bebê na barriga da mãe.  

Diagnosticando a distocia de ombro

“Diagnostica-se a distocia de ombro quando ocorre o desprendimento cefálico, sem progressão para desprendimento do diâmetro biacromial, após 60 segundos (um minuto). Geralmente, não ocorre a rotação externa espontânea, e observa-se a chubby face fetal: mesmo bebês com peso adequado apresentam a face comprimida contra a vulva materna, com mento fixo, e compressão das partes moles da face que causam a impressão de gordura facial excessiva” – explica a Febrasgo

A Federação ainda diz que é preciso manter a calma para diagnosticar o problema com precisão e fazer as manobras de forma calma e segura. Vale ressaltar que a gestante deve ser informada sobre a necessidade de manobras para a retirada do bebê.

Outra coisa importante: distocia de ombro NÃO é sinal de cesariana – logo, é possível evoluir para um parto normal, se você quiser, claro. 

Informe-se!

O primeiro passo para lidar com a distocia é conversar com sua equipe obstétrica. Verifique se eles sabem lidar com esse tipo de imprevisto, e se isso já aconteceu em algum parto que eles assistiram. 

Busque informações além das que eles te passarem; vá atrás de mulheres que já passaram por isso – mas tenha em mente que nem todas tiveram desfechos felizes, tá?! Cada caso é único.

Eu sou enfermeira obstetra, parteira e doula. Sou apta a acompanhar e auxiliar desde o pré-natal até o pós-parto. Entre em contato comigo – estou à disposição.

Kelli-Gil-Zamignan
Kelli Gil Zamignan,
Enfermeira Obstetra
COREN/MT – 360550 / RTE – 035926