Janeiro Branco: a luta pela saúde mental

Janeiro Branco

Fundada em Minas Gerais, em 2014, por um grupo de psicólogos brasileiros, a campanha Janeiro Branco visa convidar as pessoas a discutirem sobre saúde mental e emocional. A ideia é fazer a sociedade refletir sobre suas vidas, propósitos, relacionamentos, emoções, comportamentos e sobre si. 

O Janeiro Branco é propositalmente em janeiro, pois é o primeiro mês do “ano novo” – época em que as pessoas pensam mais em suas vidas, fazem planos e traçam metas. Assim, seu propósito é incentivar o foco também na saúde mental.

 

Os números chocam

Não é novidade: a ansiedade é considerada uma das principais doenças do século XXI. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não nos deixa mentir; o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas, aproximadamente 9,3% da população total.  

De acordo com uma pesquisa realizada pela Vittude, plataforma online voltada para a saúde mental, 37% das pessoas estão com stress extremamente severo, 59% encontram-se em estado extremamente severo de depressão e 63% em ansiedade extremamente severa. 

Os dados coletados para o estudo consideraram sensações e sentimentos vividos nos sete dias que antecederam a pesquisa, realizada entre 4 de outubro de 2016 e 23 de abril de 2019; ao todo, foram mais de 490 mil respostas. 

No site da Vittude é possível realizar o teste DASS 21. Com 21 perguntas, o questionário leva cerca de minutos para ser respondido. As perguntas medem a intensidade de comportamentos e sensações experimentados, podendo auxiliar a detectar alguns níveis de estresse, depressão e ansiedade. O teste não é regulamentado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), mas segundo a Vittude possui 97% de precisão. 

 

Peça ajuda – não sinta vergonha!

Muitas vezes, assumir uma dificuldade emocional ou mental pode causar constrangimento, mas não é se escondendo da condição ou fingindo que está tudo bem que você vai se livrar dela, pelo contrário. A falta de ajuda pode piorar e, até mesmo, dificultar o tratamento. 

Converse com um familiar, amigo, colega – alguém em que você sinta confiança para se abrir. É importante ter apoio e incentivo para procurar ajuda. 

 

A campanha vale para o ano todo

Janeiro está acabando, mas a campanha não precisa terminar. Não é só neste primeiro mês que devemos lembrar ou discutir as questões que envolvem o Janeiro Branco.

Vamos nos atentar à saúde mental e emocional da população. Nunca é só um estresse, uma tremedeira, um desânimo ou uma boca dormente. Vamos prestar atenção: estas reações são maneiras do nosso corpo indicar que algo não está bem. Precisamos procurar ajuda psicológica, psiquiátrica ou terapia.

Uma pessoa saudável deve ser saudável por inteiro! Quando há o equilíbrio entre a saúde do corpo e da mente, a vida é mais leve, mais agradável e mais gostosa de se viver!

Angelita Prochnow Wilke,
psicóloga – CRP 18 00306.