Suicídio: precisamos falar sobre prevenção!

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo – sendo que, no Brasil, quase 6% da população comete suicídio por ano

Considerando que 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados se as pessoas fossem capacitadas para identificar sinais verbais e comportamentais, é necessário divulgar, cada vez mais, informações para a população, e uma dessas maneiras é derrubando alguns mitos que rondam o assunto suicídio!

A principal causa do suicídio são as doenças mentais (96,8%) como, depressão e transtorno bipolar, e o abuso de drogas. Porém, desemprego, hereditariedade (histórico familiar de suicídio), tentativas prévias, desesperança, falta de perspectiva, ausência de acompanhamento profissional em saúde mental e bullying escolar somam-se como fatores de risco potenciais.

Mitos sobre suicídiosuicidio-precisamos-falar-sobre-prevencao

  1.       “Quem quer se matar, se mata. Não tem como evitar!”

Errado! Pessoas com ideação suicida, principalmente as que já tiveram tentativa prévia e emitiram sinais ou falaram sobre suas ideias de morte, devem receber acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, serem afastadas de objetos letais (arma de fogo, facas, venenos, medicações, entre outros) e monitoradas 24 horas por dia.

  1.       “A pessoa só quer chamar atenção””

Errado! Há vários motivos para o ato de tentativa de suicídio, mas em todos eles há uma condição real de sofrimento que pode ser contida. Além disso, pessoa que já tentou suicídio pode na próxima vez conseguir.

  1.       “Falar sobre suicídio aumenta o número de casos”

Errado! O que pode aumentar o número de casos são relatos de suicídio (com detalhes de como ocorreu) – exposição de crianças e adolescentes à informações de como efetivamente tirar a própria vida. Quando falamos de suicídio, precisamos enfatizar o sentido da prevenção e do tratamento.

Atente-se aos sinais: eles estão por todos os lados! 

  • Depressão; 
  • Desespero;
  • Desesperança;
  • Desamparo. 

Conheça os sinais verbais, as frases de alerta:

  • “Eu não aguento mais!”;
  • “Os outros serão mais felizes sem mim!”;
  • “Eu preferia estar morto!”;
  • “Essa é a última vez que você vai me ver!”.

Alguns sinais comportamentais:

  • Isolamento;
  • Automutilação ou autoagressão (atenção para mudança no padrão de roupas com a intenção de esconder os machucados – como uso de manga e calças compridas sem necessidade);
  • Preocupação com a própria morte;
  • Piora no rendimento escolar;
  • Mudança no padrão de higiene;
  • Melhora súbita no caso de paciente grave (depressão e bipolar) – como se tivesse encontrado uma solução para seus problemas;
  • Comportamento e frases de despedida. 

Ajude o próximo! 

Caso você identifique algum desses sinais em pessoas próximas a você, ouça com respeito! Não julgue e evite frases como: “Isso vai passar!”, “Para de pensar nisso!”, “Isso é bobeira!”. 

Incentive de forma afetuosa a pessoa a buscar ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra. Caso esse conhecido já esteja fazendo algum acompanhamento, entre em contato com o profissional que o acompanha – conte o que você presenciou.  

Lembre-se: cada ser humano, além de ser único, tem o seu próprio jeito de lidar com a vida e os acontecimentos ao decorrer dela. Tenha empatia e respeito pelo próximo, seja o tipo de pessoa que levanta as demais, faça a diferença e ajude. 

Precisa de ajuda ou conhece alguém que precise? Agende uma consulta comigo, sou psicóloga e estou pronta para te acompanhar de maneira respeitosa e com muito carinho!

Letícia Passos de Melo
Letícia Passos de Melo
Psicóloga
CRP 08 07703