É comum as pessoas acharem que existe vida perfeita – em meu consultório, vira e mexe discuto sobre o assunto com meus pacientes… O tanto que já li, estudei e vivenciei, posso afirmar: a vida perfeita não existe!
Pensa comigo: há momentos da vida que você está mais para cima; outros para baixo e também tem aquela época de estabilidade, certo? Esses são alguns dos ciclos da vida; todos nós vamos passar por eles. A grande questão é: não tente criar uma perfeição que nunca existiu – ela não existe e nem vai existir em sua trajetória. Aceite e aprenda a lidar com a ciclicidade que a vida por si só nos apresenta todos os dias.
Quebre os paradigmas da vida perfeita
Um dos gatilhos para o pensamento de vida perfeita são as redes sociais. Dificilmente, alguém vai expor defeitos nas redes – eles não vão gerar curtidas, né?!
Partindo desse pensamento, a pessoa só vai mostrar o lado bom da vida, o que pode fazer você pensar que ali existe perfeição. Aquela pessoa é tão imperfeita quanto você – ela só deu uma ‘maquiada’ para esconder.
Você não precisa sair das redes sociais, mas filtre as pessoas que você segue – pense: “elas são reais?”. Faça o mesmo com suas amizades: se relacione com pessoas imperfeitas, que aceitam e respeitam suas imperfeições.
Autocompaixão e o entendimento da imperfeição
Você já parou para pensar que qualquer coisa pequena é vista como fracasso? “A vida do outro é perfeita, livre de problemas, dificuldades; já a minha é um fracasso, pois tenho problemas X, Y e Z.”
Há algumas reflexões que devem ser feitas: a pessoa pode estar maquiando a própria vida para as demais não verem suas imperfeições, ou a pessoa está realmente bem, pois acabou de superar algum problema/trauma. Consegue perceber que entre as duas opções de pensamentos não há a palavra perfeição? A vida perfeita não existe!
A partir do momento em que você cria ferramentas para lidar com a busca pela vida perfeita, é necessário olhar para a autocompaixão.
“Esse tipo de preocupação compulsiva com ‘eu, mim e meu’, não é o mesmo que amar a nós mesmos… Amar a nós mesmos nos conduz a habilidades como: resiliência, compaixão e compreensão – que são simplesmente parte de estar vivo.”
Sharon Salzberg, The Force of Kindness (A Força da Bondade)
Recomendo o seguinte exercício diário, retirado do livro A arte da imperfeição, de Brené Brown: ao acordar, mentalize “Não importa o que eu faça ou deixe de fazer, eu sou suficiente”. Ao deitar-se, mentalize novamente “Sim, sou imperfeito e vulnerável e, às vezes, tenho medo. Mas isso não muda o fato de que sou corajoso, digno de amor e pertencimento.”
Pratique o autoconhecimento e a autocompaixão, estabeleça limites para você mesmo. Olhe para dentro, aceite suas imperfeições, mas não se esqueça, nunca, de ressaltar suas qualidades. Tenho certeza que há muita coisa boa para ser aproveitada aí dentro
Precisa de ajuda? Agende uma consulta comigo.