Durante a gravidez, a trombofilia representa um sério risco para a saúde da mãe e do bebê, pois pode causar abortos repentinos, problemas no desenvolvimento do feto e, até mesmo, a morte da mãe por complicações. “Mas Kelli, o que é trombofilia? Será que eu tenho isso? Não vou poder ter parto vaginal?” Calma, vou explicar!
Primeiro de tudo, vou falar sobre a condição: na trombofilia, é como se o sangue se tornasse mais grosso, prejudicando o fluxo sanguíneo e a circulação. Isso gera mais chance de problemas graves, como trombose venosa, AVC ou embolia pulmonar. A condição pode ser hereditária ou adquirida do sistema hemostático, aumentando o risco de trombose.
De acordo com o Instituto Nascer, esse risco fica em média cinco vezes pior quando a mulher está nos primeiros 15 dias de puerpério. O tromboembolismo venoso (TEV) engloba a trombose venosa e a embolia pulmonar – para gestantes, o diagnóstico de uma embolia pulmonar é mais difícil de ser descoberto, pois pode ser muitas vezes confundido com os sintomas da própria gestação.
Como diagnosticar a trombofilia em grávidas?
Por ser difícil diagnosticar os sintomas da trombofilia por conta da gestação, as queixas devem ser levadas a sério, considerando todas as possibilidades, e não tidas apenas como “normais” da gestação.
Alguns sintomas mais fáceis de identificar são a dor unilateral da perna e edema, dor e desconforto na panturrilha após dorsiflexão passiva do pé, dispneia de início súbito, broncoespasmo súbito (em gestantes que nunca tiveram asma), dor torácica súbita, doença pulmonar obstrutiva crônica e escarro hemoptoico. A partir de qualquer suspeita, o exame laboratorial será solicitado para fechar o diagnóstico.
Mulheres com excesso de peso, desidratação, que fazem o uso de drogas e tabagismo, além de histórico de trombofilia familiar e trombo intracardíaco são mais propensas a terem trombofilia se engravidarem.
Lembrando que o quanto antes é feito o diagnóstico definitivo, é mais fácil prevenir intercorrências obstétricas.
A trombofilia impede o parto vaginal?
Muitas vezes a condição é associada à cesárea como única opção quando a gravidez é considerada de risco. Porém, estudos recentes feitos pelo Ministério da Saúde mostram que, mesmo em gestações de alto risco, quando se é preservado o bem-estar fetal e materno, a melhor opção é a realização do parto vaginal.
Caso a gestante tenha algum quadro acompanhado da trombofilia, como diabetes ou hipertensão, pode ser recomendada a indução de parto. Mas a via de parto vaginal sempre será considerada mais segura do que a cesárea – a cirurgia só deve ser usada em casos de extrema urgência, porque no parto normal ocorre menor risco de hemorragias.
Tendo uma gestação mais tranquila
Cada caso deve ser avaliado pelo obstetra, e nem toda grávida precisa fazer tratamento para trombofilia. Quando há necessidade, a gestante pode contar com alguns anticoagulantes que não atravessam a barreira placentária.
De forma geral, é necessário se atentar aos sérios riscos associados à trombofilia durante a gestação, planejar o parto e fazer o acompanhamento médico para que seja uma gravidez segura!
Converse sempre com a sua equipe obstétrica e tire todas as suas dúvidas!
Referências Bibliográficas: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf
http://institutonascer.com.br/o-que-e-tromboembolismo-venoso-no-puerperio/